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             Manoel Wenceslau Leite de Barros nasceu em Cuiabá em 1916. Publicou seu primeiro livro de poesias, Poemas Concelidos Sem Pecado em 1937. Em sua obra, segundo a crítica Berta Waldman, "a eleição da pobreza, dos objetos que não tem valor de troca, dos homens desligados da produção (loucos, andarilhos, vagabundos, idiotas de estrada), formam um conjunto residual que é a sobra da sociedade capitalista; o que ela põe de lado, o poeta incorpora, trocando os sinais".

 

          Com versos inconfundíveis, que apresentam um timbre que não permite a ninguém se apropriar, ou imitar, sem cair na desgraça da cópia fraudulenta, o poeta não se interessa nem pelo natural, nem pelo verdadeiro. Está mais empenhado em distorcer essa duas noções, ultrapassando-os para que, enfim, a invenção se imponha como única norma.  
          

         Ele, sincronizado com a sua época, desenvolve além de um estilo único, temas caros a lírica moderna. Em sua poesia, percebem-se a consciência artística e o diálogo com a tradução literária. É uma poética intrigante, desafiadora e, sobretudo, Inaugurável. Os poemas de Manoel de Barros são marcados por uma sistemática inferência com a lógica e o bom comportamento das palavras.

              

          Alguns de seus belíssimos versos: 

 

-‘’Ontem choveu no futuro; ’’

-‘’Imagens são palavras que nos faltaram; ’’

-‘’Poesia não é para compreender  

  Poesia é para incorporar; ’’

-‘’O esplendor da manha não se abre com faca; ’’

     

   Não há outra maneira de ler Manoel, que não seja entregando-se completamente sem ressalvas, sem suspeitas, sem interrogações. É preciso ‘’ser’’ Manoel de Barros para ler Manoel de Barros.

 A incrível poética de Manoel

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